Passeio-me noite fora, com frio no peito, as mãos geladas e a barba húmida. As ruas estão desertas como sempre. Ao cimo de Stª Catarina uma puta observa-me. Vamo-nos cruzar. Ambos o sabemos. Olho-lhe para o cú. Grande. O olhar cansado, as mãos certamente tão frias como as minhas. A cara triste. A minha não sei que cara seria.
«Queres bir filho?»
Onde quereria ela levar-me?
Baixei os olhos e pensei na campanha eleitoral.
«Querem bir, filhos?»
Baixo os olhos e penso onde quererão eles levar-nos.
| Mareantes do Douro | Gaia | Janeiro de 2005 |
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