sábado, junho 30, 2007

Em trânsito.

O mais curioso nas viagens de avião é ver como os executivos de topo têm uma natural facilidade em se transformarem em vulgares bagageiros.

avião no aeroporto de Sófia
| Летище София | Sófia | Junho de 2007 |

sexta-feira, junho 22, 2007

A vida não tem uma interrupções. Sou uma moderna sala de cinema, sem intervalos de mim próprio.

chega de bois
| chega de bois | gondar | Amarante | Junho de 2007 |

segunda-feira, junho 18, 2007

A rapariga que falava todas as línguas.

Não era já motivo de surpresa. Conheceu búlgaros, polacos, ingleses, galegos da galiza, espanhois de outros sítios, portugueses dos açores, de lisboa e de outros sítios igualmente improváveis. Não a assustavam os encontros furtuitos na rua com chineses, indianos, paquistaneses, vietnamitas, congoleses, senegaleses, marroquinos, argentinos bebendo mate e índígenas equatorianos.

Com todos eles se entendia, como se ao mergulhar pela primeira vez nas águas limpas da caloura, um peixe babel se tivesse instalado no interior do seu canal auditivo.

Era muito mais simples que isso. Mas o mistério permaneceria por desvendar anos a fio.

o povo e o touro
| os guarda-sois, os cornos do touro, a sua língua e a fraga inerte | gondar | amarante | Junho 2007 |

domingo, junho 17, 2007

A televisão de alta definição

Quase sem rebuliço, foi lançado esta semana o primeiro serviço de televisão de alta definição em Portugal.

Durante muito tempo este serviço vai ser apresentado como um serviço de telefone, internet e televisão. Essa é a única maneira das pesssoas perceberem do que se trata e portanto é a única forma de o vender. Mas tecnologicamente não é nada disso. Ou melhor, é muito mais que isso.

A televisão foi a mais importante forma de comunicação. Quando o telejornal mudava de horário, a hora da refeição tinha que ser obrigatoriamente alterada lá em casa. Assim seria provavelmente em todas as casas.

Hoje, as televisões são pouco mais que supérfluas. Fazem algum sentido em conjunto, mas sem qualquer significado quando vistas isoladamente. Só assim poder-se-ia vender televisão por cabo. O que se vende é o zapping e a sua sensação de liberdade, mas o que se compra é uma enjoativa repetição de programas temáticos e a sua sensação de déjà vu.

Aliás, é um dos rudimentos da teoria da informação: quanto mais frequente é uma determinada "palavra", menos informação transporta.

A televisão está neste momento tecnologicamente ultrapassada. Não será mais do que uma curiosidade do século XX. Desde a semana passada que podemos ver canais de alta definição em casa, escolher os programas que queremos ver e à hora que o quisermos fazer, construir uma grelha de canais ao gosto de cada um, ter acesso a bibliotecas de filmes acessíveis a qualquer hora e a qualquer momento.

E evidentemente que tudo isto será ainda melhor quando o acesso for feito não por pares de cobre, mas directamente em fibra óptica (FITL - fiber in the loop). Vamos rapidamente deixar de falar em "Megas" para começar a falar na hierarquia SDH - todos com STM-1 em casa... Que maravilha. :)

O electrodoméstico "televisão" será apenas mais um dos terminais ligados a redes de dados - as mesmas de que é feita a internet. E são essas redes que mudarão a forma daquilo que são as nossas vidas. Ou melhor ainda, nós é que as mudaremos.

 quatro homens de cajado
| o mistério do cajado anão | amarante | junho de 2007 |

domingo, junho 10, 2007

Hipótese

Imaginei que o Paulo Nozolino tinha ido ao Serralves em Festa e tinha metido as fotos no seu blog. Usando o método científico, verifiquei que a hipótese estava errada.


| nozolino went to serralves | serralves em festa | porto | 3 de Junho de 2007 |

sábado, junho 09, 2007

Observação inútil.

É estranho como as bananas depois de maduras ficam praticamente negras.


| away | miramar | vila nova de gaia | Fevereiro 2006 |

quarta-feira, junho 06, 2007

O que visitar na Madeira

Aí tens a página oficial do Turismo da Madeira.

Sendo eu meio açoreano - na verdade sinto-me bem mais que meio açoreano - sempre olhei com alguma displicência para a ilha da Madeira. O estereótipo de que os Açores são muito mais bonitos que a Madeira, é coisa que se ouve sempre e, como vim a confirmar, não é exactamente verdade. É certo que a ilha foi-me apresentada da melhor forma: por um guia excepcional.

Para quem quer turismo de hotel, não há como o Funchal. A zona do Lido, a lembrar o pior do urbanismo algarvio, tem todos os hotéis de luxo concentrados num raio de 2kms.

Logo ao lado está Câmara de Lobos. Vila piscatória e uma das zonas mais pobres da ilha. Uma espécie de Rabo de Peixe da Madeira. A visitar, evidentemente.

No estreito de Câmara de Lobos (o vale que se estende para norte até ao Curral das Freiras), além dos bananais, estão os mais famosos restaurantes da ilha. Mas comer comer é encontrar uma tasca qualquer no Funchal (das que não têm pretensão a receber turistas) e comer milho cozido com atum de cebolada. Um pitéu bem melhor que a vulgar espetada madeirense.

Ainda no Funchal é obrigatório comer as queijadas da confeitaria Penha d'Águia. O movimento é muito e o serviço tanto quanto me lembro é fraquito, mas as queijadas valem o esforço.

O mercado do Funchal (sobretudo a parte das frutas) é uma das armadilhas para turistas. Preços exorbitantes para as frutas tropicais, que podem ser compradas por menos de metade do preço noutro sítio, sobretudo se compradas a quem as vende na berma da estrada. À beira da estrada também se podem comer bolos do caco feitos na hora.

Mas o verdadeiro encanto da ilha encontra-se na montanha.

A vista da Eira do Cerrado sobre o Curral das Freiras é obrigatória. Daí tem-se uma vista panorâmica sobre toda a zona central da ilha e sobre a zona montanhosa que a rodeia.

Os dois grandes Picos da Ilha são o Pico do Areeiro e o Pico Ruivo. O Pico do Areeiro pode ser visitado de carro e o Pico Ruivo num curto passeio de uma hora a pé. A pressão turística é aliás um dos problemas sérios em sítios que eram até há poucos anos de natureza virgem.

Há um percurso a pé entre o Pico Ruivo e o Pico do Areeiro, tal como há imensas levadas que podem ser percorridas por toda a ilha. As levadas servem para recolher água doce das encostas e traze-la para ser usada na agricultura da parte sul. Algumas das levadas são perigosas: acompanham escarpas e não foram feitas propriamente para receberem montanhistas de fim de semana.

A zona do Paul da Serra, dá acesso de carro a dois sítios: ao Fanal e à queda de água do Risco. A queda de água do risco está habitualmente cheia de turistas mas vale a pena o passeio de uma hora ou pouco mais. O Fanal parece-me que é felizmente menos turístico. Trata-se de uma mata de Tis e é mais um sítio único e de visita obrigatória.

Boa viagem... põe-te fina. ;)


Queixava-se um amigo meu que os meus textos nada têm a ver com as fotos. É verdade. E é natural que isso aconteça muitas vezes. Mas hoje até tive a preocupação de ir buscar uma foto adequada. Este blogue está cada vez mais descaracterizado.


| Til | Fanal | Ilha da Madeira | Março de 2005 |

Princípios Simples XXIV

Os melhores mestres são aqueles que tratamos por tu. O contrário não é necessariamente verdade.


| Estética Aniceto B. | Trás-os-Montes | 2006 |