quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Impulse

No dia em que descubro que uma das pessoas que me é muito próxima não sabe o meu nome. Isso é... bastante estranho. O livro é, de qualquer forma, maravilhoso.



quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Sobre a insignificância.

A verdade é que ao fim de tantos anos, nunca recebi qualquer financiamento ilegal. A importância de alguém deve ser inversamente proporcional à rectidão dos seus princípios. É uma teoria apenas.



| janeiro 2008 |

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Princípios simples XXVI

[e três de uma só vez!]
Reduzir, reutilizar e reciclar.


No eco-ponto azul:
-um programa do doclisboa 2005.
-uma factura do hotel Largo da Estação em Braga e respectivo talão multibanco.
-uma factura da Farmácia Teixeira Lopes em Lisboa.
-um texto - um pouco sem sentido - datado de Fevereiro de 2007.
-um aviso de correio registado.
-papeis vários.
-um postal.

No eco-ponto amarelo:
-uma caixa de cd.
-uma embalagem de 20 toalhitas.
-uma embalagem almofadada de correio verde.
-uma capa plástico A5 transparente.
-uma embalagem de Tmax 3200.

Nos resíduos domésticos indiferenciados:
-um botão de camisa branco.
-um rolo de linha branca.
-um DVD-R com a inscrição Rat Pack.
-uma das toalhitas perfumadas que restava na embalagem referida anteriormente.
-uma ponta de filme fotográfico.

Na farmácia:
-um comprimido de nimesulide.


| isto é horrível :) | serra da freita | 2004 |

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A minha terra está a saque.

Imaginem que aqui estava um botão que vos permitia tocar uma música dos REM. É que este não é um blogue tocado pelo choque tecnológico.


Photobucket
| rivoli | porto | janeiro 2008 |

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Insofismável.

Juntava o tempo das suas fezes ao tempo da sua reflexão. Nem sequer se apercebia da verdade triste que isso acarretava. As suas reflexões pessoais tinham a dignidade dos detritos do seu aparelho digestivo. E a mesma importância, já que era semelhante o tempo do dia que lhes dedicava.

Há dois anos e meio que tinha chegado à administração da empresa. O que significava em geral almoços tardios, demorados e agendados com muita antecedência. À noite, ao chegar a casa, encontrava a família cansada e prestes a adormecer.

Enquanto contraia o abdómen, ia mastigando algumas caralhadas. Estava farto dos estados de alma do PSI20 e começava a pensar seriamente o que fazer ao milhão e meio de euros que tinha distribuído por dúzia e meia de fundos e aplicações financeiras. Com 46 anos não lhe restava muita imaginação para o gastar.

A verdade insofismável tinha surgido uns dias antes. Ao fim da tarde, passeando a pé por uma das ruas das redondezas, achou bonita uma puta que certamente tinha acabado de acordar. Tremeu com a revelação: estava morto - a vida acabara naquele momento.

Lavou as mãos e apagou a luz.



| nenhum ser humano foi magoado na realização desta fotografia | graça | porto | dezembro 2008 |

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

gone baby gone

O cinema tem para mim esta coisa de me fazer pensar no que não é óbvio. De poder viver coisas que estão felizmente muito longe da realidade em que vivo. De, em certo sentido, ganhar experiência de vida, sem ter experiências na vida (que perigoso que isto é, hã?). O bom cinema é muitas vezes mais "isso" do que um bom livro. Vendo bem as coisas, não são coisas exactamente comparáveis.

Foi um pouco o que senti ontem ao ver o «vista pela última vez...». Lembrei-me por duas ou três vezes do Mystic River. Hoje venho a descobrir que há uma razão para isso.

Não sendo genial, é um filme bem catita e apeteceu-me dizer isto ao mundo. Ouviste mundo?



prédios no porto

| não, não fui a nova iorque | porto | 2008 |

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Menina e moça.

De acordar de manhã e estar sempre sol e calor.
Das mercearias indianas no intendente.
Das natas quentes comidas em Belém, mas tratadas por outro nome.
Dos passeios a pé pelas calçadas.
Dos aviões a passarem tangentes aos prédios.
Do Tejo visto de longe.
Das muitas línguas faladas por todo o lado.
Das manifestações com muita gente.
Das salas de cinema onde se pode ir sem ter carro.
Das escadas rolantes até ao bairro alto.
Dos comboios e do metro.
Do cheiro a sardinhas no verão.
Da sensação de estar sempre num bairro pequenino, assim que se sai de uma grande avenida.
Do cartaz cultural sempre cheio.
De grande parte dos lisboetas que conheço.
E claro, dos eléctricos para cima e para baixo.


[este texto esteve para começar com a frase «de que gosto eu em Lisboa». Mas depois mudei de ideias.]


| eléctricos | sé | lisboa | dez 2007 |