sábado, agosto 06, 2005

2 horas e 20 minutos de atraso. Circulamos em marcha à vista.

Ouço há anos um discurso um pouco redondo e vagamente demagógico anunciando entre a vida do país e as questões centrais do debate político nacional. São coisas que se ouvem com a indiferença de qualquer outro cliché. É normal. Em política e sobre política clichés há ao peso.

É óbvio que há sectores marginais que apontam erros aos grandes investimentos públicos feitos pelo país nos últimos anos. Expo 98, Euro 2004 e, em menor escala, os submarinos ao serviço da NATO e o Porto 2001. A verdade é que no diz respeito ao dia-a-dia das pessoas, os incêndios estivais (esqueçamos as mortes nas estradas) são um dos problemas centrais da gestão do país. E sobre estas questões todos assobiam para o lado. A política trata outras coisas.

Veja-se o caso das próximas eleições autárquicas. Os incêndios e sobretudo a sua prevenção passarão ao lado das discussões sobre rotundas, parques de estacionamento e recuperações urbanas de fachada.

Há sítios no país em que no dia 5 de Agosto de 2005 a noite caiu bem antes do sol se pôr. Para isso não é preciso sequer olhar para o céu. Basta olhar para os olhos de quem está ao lado.


| Laurent | Maio de 2005 |

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