sexta-feira, novembro 25, 2005

Nando das orelhas.

De forma indignada exclama perante o presidente da comissão recenseadora a sua repulsa pela ausência dos partidos da direita. Os partidos no poder na junta de freguesia têm uma responsabilidade acrescida, explicou.

Indignado com a gaffe da funcionária, explicou de forma grave como as coligações se dissolvem logo a seguir às eleições pelo que "não, não estava ali a representar a coligação, mas o seu partido". É exímio gladiador de regulamentos, capaz de explicar as subtilezas, as nuances das formas estatutárias e a beleza do articulado da lei - à qual o seu partido sempre se opôs, mas sobre o qual a coligação nunca se pronunciou, evidentemente.

Cheguei a pensar que seria insultuoso sugerir que o velho era um chato de um burocrata. Não senhor. Ele próprio tratou de me explicar como era funcionário partidário desde 1973 e como todos os dias se dirigia a um gabinete qualquer numa zona deprimente e húmida da cidade. Um problema grave, que explica muito do mal estar dos ossos de um senhor que sempre trabalhou numa casa comercial lá da rua. Um problema este tempo nesta cidade. Sim. Um problema esta humidade, o nevoeiro, o granito. Sim. Uma chatice.

O Sr. desculpe, mas essas orelhas não lhe criaram problemas na escola?


| À xávega | ao sul da Caparica | Abril de 2004 |

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