Observar com atenção a opinião daqueles/as de quem guardamos uma secreta admiração.
Ainda que possa ser entendido literalmente "ouvir" e "escutar" são coisas subtilmente diferentes.
| Rabo de Peixe | S. Miguel | Açores | Junho de 2006 |
sábado, dezembro 30, 2006
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Princípios Simples XXI
Até nos nossos princípios há que ser um pouco flexível.
[vide princípio XX]
| Rabo de Peixe | Açores | Jun 2006 |
[vide princípio XX]
| Rabo de Peixe | Açores | Jun 2006 |
segunda-feira, dezembro 18, 2006
O melhor dos museus está fora deles.
Sempre que visito uma exposição de arte contemporânea, faço-o com aquilo que se pode chamar espírito aberto. Aceito sempre que possa gostar daquilo que vou ver, ainda que saiba que:
-a arte contemporânea, guardada num museu ou numa galeria, é uma palermice tão grande como manter animais selvagens num circo.
-a arte contemporânea não tem que ter nenhuma intencionalidade ou sentido - o que me incomoda. Sempre preferirei ver trabalhos de alunos da primária ou da pré-primária.
-a arte contemporânea é feita muitas das vezes como uma justificação de si própria, criando um círculo social de consenso onde o mérito se extraí a partir da dimensão da agenda de telefones.
-a arte contemporânea é chata e contraditória.
[parêntesis 1]
Por exemplo, em Bilbau, num dos mais prestigiados museus do planeta, a exposição permanente de um grande escultor, é uma forma de, digamos assim, criar no espectador uma interrogação na sua percepção do espaço, através de gigantescas chapas metálicas que podem ser percorridas a pé. No entanto, anúncios omnipresentes avisam que não podem ser tocadas. Arte é arte.
[parêntesis 2]
Um dia posso surpreender-me - um pouco como quem olha para Portugal. Uma das coisas extraordinárias que tem o nosso país é que se pode sair de casa em direcção a qualquer sítio, atirando sucessivamente a moeda ao ar em cada intersecção da estrada. Garantidamente, à chegada a qualquer terra, haverá um sítio onde se possa comer, sendo a probabilidade dessa surpresa ser agradável bastante elevada. Isto é uma verdadeira "instalação" de dimensão considerável.
A arte contemporânea não existe enquanto forma única e portanto acho que posso ser apanhado da mesma forma.
No entanto a arte contemporânea cumpre uma das mais importantes facetas da arte: diverte. Sobretudo se se lerem os textos idiotas que se escrevem sobre a mesma. Como este.
| arte! | the xy wall | porto | dezembro de 2006 |
-a arte contemporânea, guardada num museu ou numa galeria, é uma palermice tão grande como manter animais selvagens num circo.
-a arte contemporânea não tem que ter nenhuma intencionalidade ou sentido - o que me incomoda. Sempre preferirei ver trabalhos de alunos da primária ou da pré-primária.
-a arte contemporânea é feita muitas das vezes como uma justificação de si própria, criando um círculo social de consenso onde o mérito se extraí a partir da dimensão da agenda de telefones.
-a arte contemporânea é chata e contraditória.
[parêntesis 1]
Por exemplo, em Bilbau, num dos mais prestigiados museus do planeta, a exposição permanente de um grande escultor, é uma forma de, digamos assim, criar no espectador uma interrogação na sua percepção do espaço, através de gigantescas chapas metálicas que podem ser percorridas a pé. No entanto, anúncios omnipresentes avisam que não podem ser tocadas. Arte é arte.
[parêntesis 2]
Um dia posso surpreender-me - um pouco como quem olha para Portugal. Uma das coisas extraordinárias que tem o nosso país é que se pode sair de casa em direcção a qualquer sítio, atirando sucessivamente a moeda ao ar em cada intersecção da estrada. Garantidamente, à chegada a qualquer terra, haverá um sítio onde se possa comer, sendo a probabilidade dessa surpresa ser agradável bastante elevada. Isto é uma verdadeira "instalação" de dimensão considerável.
A arte contemporânea não existe enquanto forma única e portanto acho que posso ser apanhado da mesma forma.
No entanto a arte contemporânea cumpre uma das mais importantes facetas da arte: diverte. Sobretudo se se lerem os textos idiotas que se escrevem sobre a mesma. Como este.
| arte! | the xy wall | porto | dezembro de 2006 |
domingo, dezembro 10, 2006
Princípios Simples XX
Os princípios simples devem - além de simples - ser poucos. Digamos menos de 20.
(:
| Porto de Rabo de Peixe | S. Miguel | Açores | Junho de 2006 |
(:
| Porto de Rabo de Peixe | S. Miguel | Açores | Junho de 2006 |
terça-feira, dezembro 05, 2006
A novela das minhas vidas - assim mesmo sem concordância.
Um texto escrito aos 47 anos sobre as relações entre pessoas. Sentado em frente a uma espécie de computador muito diferente daqueles que por aí andam. Uma forma algo diletante de tentar verter alguma sabedoria de vida sobre coisas que não têm sabedoria nenhuma e poderiam ser explicadas facilmente por qualquer miúdo de dezasseis anos.
Uma palavra fundamental: desejo.
A verdade é que aos 24 anos quando os amigos se começaram a casar eu não percebi porquê. Aos 32 quando eles se começaram a separar eu não percebi porquê - mas ainda menos percebi porque é que se casaram. Aos 40 quando eles começaram a dormir todos uns com os outros eu não percebi nada - sobretudo porque é que alguns se separaram.
Mas aqui o que mais me incomodava era baralhar já o nome de todos os elementos dos proto-casais. Aos 54 anos quando os filhos dos amigos se começaram a casar eu desisti.
Portanto vou escrever sobre o quê, caralho?
Bom, algumas coisas fui percebendo. Isto cá em casa não é bem Portugal. Não faço qualquer tipo de juízo de valor sobre as vidas que os meus amigos vão tendo. Percebo que ali por volta dos 40 anos talvez eu próprio devesse ter aproveitado algum do entusiasmo colectivo. Mas não me arrependo de nessa altura me ter dedicado finalmente a ler os pós-modernistas franceses e os marxistas norte-americanos.
Aos meus amigos e amigas gostava de pedir que vão, que se venham, que se separem, que se juntem, que discutam, que se apaixonem, que berrem, que se beijem, que se apalpem, sejam bígamos, trígamos, celibatários, monogâmicos, fufas, maricas e até heterossexuais. Não se deixem morder a pouco e pouco por um subliminar sentimento de culpa de alguma coisa que não se sabe muito bem o que é.
Ah... e venham cá todos cá a casa de cada vez que vos apetecer. Eu tenho mais que fazer do que vos andar a convidar. Com uma chávena de chá da gorreana nas mãos, veremos o «Segredos e Mentiras», o «Invasões Bárbaras», o «Ódio» ou outro bom filme qualquer.
Esperaremos tranquilamente pelos 40 anos para nos enrolarmos finalmente uns nos outros. Eu vou tratando de comprar já os livros.
| The XY Project e um outro Project | Porto | 2006 |
Uma palavra fundamental: desejo.
A verdade é que aos 24 anos quando os amigos se começaram a casar eu não percebi porquê. Aos 32 quando eles se começaram a separar eu não percebi porquê - mas ainda menos percebi porque é que se casaram. Aos 40 quando eles começaram a dormir todos uns com os outros eu não percebi nada - sobretudo porque é que alguns se separaram.
Mas aqui o que mais me incomodava era baralhar já o nome de todos os elementos dos proto-casais. Aos 54 anos quando os filhos dos amigos se começaram a casar eu desisti.
Portanto vou escrever sobre o quê, caralho?
Bom, algumas coisas fui percebendo. Isto cá em casa não é bem Portugal. Não faço qualquer tipo de juízo de valor sobre as vidas que os meus amigos vão tendo. Percebo que ali por volta dos 40 anos talvez eu próprio devesse ter aproveitado algum do entusiasmo colectivo. Mas não me arrependo de nessa altura me ter dedicado finalmente a ler os pós-modernistas franceses e os marxistas norte-americanos.
Aos meus amigos e amigas gostava de pedir que vão, que se venham, que se separem, que se juntem, que discutam, que se apaixonem, que berrem, que se beijem, que se apalpem, sejam bígamos, trígamos, celibatários, monogâmicos, fufas, maricas e até heterossexuais. Não se deixem morder a pouco e pouco por um subliminar sentimento de culpa de alguma coisa que não se sabe muito bem o que é.
Ah... e venham cá todos cá a casa de cada vez que vos apetecer. Eu tenho mais que fazer do que vos andar a convidar. Com uma chávena de chá da gorreana nas mãos, veremos o «Segredos e Mentiras», o «Invasões Bárbaras», o «Ódio» ou outro bom filme qualquer.
Esperaremos tranquilamente pelos 40 anos para nos enrolarmos finalmente uns nos outros. Eu vou tratando de comprar já os livros.
| The XY Project e um outro Project | Porto | 2006 |
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