Há semanas que sinto prazer em pensar que de todos os sítios do mundo onde poderia viver, Portugal tem coisas extraordinárias que merecem ser desfrutadas. O quê? -perguntou-me traiçoeiramente um amigo. Não fiz ainda essa contabilidade, a lista detalhada de todas essas características e respectivas ponderações. Garanto. Ela existe e foge às banalidades que facilmente nos poderiam vir à cabeça de imediato, como o bom tempo e a boa comida. O facto de grande parte destas coisas serem invisíveis deixa-me um encanto ainda maior.
E no entanto sinto-me muitas vezes um estrangeiro no meu próprio país. Há muitos dias do ano que percorro estradas e ruas desertas. A semana passada, às dez da noite, percorri de carro uma das mais movimentadas auto-estradas das redondezas. Ao longo de mais de 50 kms passei por três carros. Pelos vistos, nenhum de nós devia estar ali. Eu na verdade não estava: sonhava com outro país, mas quase igual a este. Não me peças para explicar.
| festas do espírito santo | ponta delgada | julho de 2007 |
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