[Não há citações para ninguém]
Depois do basebol, o desporto nacional americano é a teoria da conspiração. O Governo tem culpa de tudo [o que não deixa de ser verdade], sobretudo quando as torneiras em casa começam a pingar ou os tubos da ventilação começam a fazer ruídos estranhos durante a noite. Qualquer americano sabe que, perante tais sintomas, a CIA, o FBI ou uma agência militar secreta estão de certeza envolvidos.
Em Portugal, depois do futebol, o desporto nacional é tentar compreender os restantes portugueses - os outros, que não nós. Tentar.
Um bom exemplo disso é o editorial do DN de ontem. Poderia dizer que estou de acordo com a maior parte do artigo. Mas ao lê-lo há sempre um alfinete que me pica os miolos. O gajo que escreve o artigo não faz puto ideia do que está a falar. Fala de uma aldeia minhota quando os factos a que se refere não se passam no Minho... Tentou o melhor que pode o editorialista de um dos melhores jornais do país.
Visto de Lisboa, o país é um lastro chato e em grande parte incompreensível. Os locutores das rádios nacionais costumam cometer muitas vezes esse erro, de falar do estado do tempo da sua janela, sem sequer considerar a hipótese de que quem os houve está a centenas de quilómetros de distância, a chama-los burros de mansinho. Quando neva em Lisboa, é o país que se cobre de neve.
É evidente que vista do resto do país, Lisboa é uma cidade mais interessante do que aquilo que parece à distância. Ainda ando a tentar descobri-la. Tentar.
| a bela e o monstro | :) | Valongo | Janeiro de 2007 |
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