É certo que uma cidade se escreve com números. É uma espécie de álgebra-alfabética urbana. Quem nela nasce, quem nela vive, conhece-lhe os números como quem lhe conhece as casas, as ruas, as praças e as árvores.
Não se esquece o 79. Sobretudo nunca se esquece o 79 de dois andares da Leyland. O 79 era uma das formas como na cidade se escrevia “baixa”. Outra das forma era 20.
Como se escrevia mar na cidade? Diria eu 78, 21 e, eventualmente, 1 e 88.
Como se escrevia lá longe? 94, 29, 49, 53.
Como se escrevia Gaia? 82, 83, 84. Nunca soube escrever Coimbrões, Lavadores, Canidelo e Afurada.
Como se escrevia S. Pedro da Cova? Trólei!
A banalidade de circunstância invocaria Orwell. A verdade dos factos é peculiarmente mais curiosa. Mudaram a escrita à cidade. Agora é ver como andam vazios todos os autocarros das novas linhas. É o resultado de uma espécie de desobediência civil generalizada.
Ninguém sabe escrever com esses estranhos números, excepto meia dúzia de excepcionais técnicos dos STCP que, com mapas, planos, gráficos e complexas folhas de cálculo, se batem diariamente com a ciência que nos procura melhorar o quotidiano.
Mas esses - como é evidente – movimentam-se em bons automóveis. Para grande pena de todos.
| Noiva | Sanatório | Valongo | Janeiro 2007 |
3 comentários:
tá fixe!
:)
olá gostei do blog e gostei muito do resultado e tambem de matar saudades do casamento no sanatório... eu sou o nuno... que fazia de noiva ou noivo...
gostava de ver mais fotos desse dia se possível... vou deixar-te o meu mail, caso pretendas: nfst79@hotmail.com
abraços
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