quinta-feira, março 01, 2007

O regresso da espontaneidade acrata.

É certo que uma cidade se escreve com números. É uma espécie de álgebra-alfabética urbana. Quem nela nasce, quem nela vive, conhece-lhe os números como quem lhe conhece as casas, as ruas, as praças e as árvores.

Não se esquece o 79. Sobretudo nunca se esquece o 79 de dois andares da Leyland. O 79 era uma das formas como na cidade se escrevia “baixa”. Outra das forma era 20.

Como se escrevia mar na cidade? Diria eu 78, 21 e, eventualmente, 1 e 88.

Como se escrevia lá longe? 94, 29, 49, 53.

Como se escrevia Gaia? 82, 83, 84. Nunca soube escrever Coimbrões, Lavadores, Canidelo e Afurada.

Como se escrevia S. Pedro da Cova? Trólei!

A banalidade de circunstância invocaria Orwell. A verdade dos factos é peculiarmente mais curiosa. Mudaram a escrita à cidade. Agora é ver como andam vazios todos os autocarros das novas linhas. É o resultado de uma espécie de desobediência civil generalizada.

Ninguém sabe escrever com esses estranhos números, excepto meia dúzia de excepcionais técnicos dos STCP que, com mapas, planos, gráficos e complexas folhas de cálculo, se batem diariamente com a ciência que nos procura melhorar o quotidiano.

Mas esses - como é evidente – movimentam-se em bons automóveis. Para grande pena de todos.


| Noiva | Sanatório | Valongo | Janeiro 2007 |

3 comentários:

Anónimo disse...

tá fixe!

ana disse...

:)

Anónimo disse...

olá gostei do blog e gostei muito do resultado e tambem de matar saudades do casamento no sanatório... eu sou o nuno... que fazia de noiva ou noivo...

gostava de ver mais fotos desse dia se possível... vou deixar-te o meu mail, caso pretendas: nfst79@hotmail.com

abraços