Hoje comprei pela segunda vez um guia Lonely Planet. Não sei se são os melhores guias do mundo, mas é como a história da cerveja, serão provavelmente os melhores. De qualquer maneira, do sítio que quero visitar, provavelmente será o único.
Tradicionalmente, antes de qualquer viagem, trato de contactar as embaixadas em Portugal ou na Europa, de maneira a recolher o máximo de informação. Foi dessa maneira que me apaixonei há uns anos pelas paisagens da Venezuela, que conto visitar ainda em dias da minha vida. Nesse ano, apesar disso decidi ir para o Canadá. Um bom prospecto turístico consegue muito, mas não consegue tudo.
Desta vez nem a embaixada, nem o turismo, nem ninguém me fez chegar qualquer tipo de informação. Como sempre que viajo, tenho curiosidade em aprender a língua. Por isso ando a encontrar-me com um nativo. Ele próprio, das primeiras coisas que me disse, foi para que não visitasse o seu próprio país. A coisa promete.
Voltando ao guia. [piada privada: vi-o ontem, estava na mesma] É muito divertido ver como, mesmo com portes de envio e com o câmbio habitualmente desfavorável Libra / Euro, o mesmo livro pode custar menos 10€ quando comprado on-line do que, p.ex., na Fnac - que anuncia um omnipresente desconto sobre o preço de editor. Se a isso juntar um cupão de desconto de 20% - descoberto com uma pequena pesquisa no Google - nem sequer os portes paguei. A internet é um mundo.
Claro que nada disto se compara ao frisson que foi devorar um dia o Lonely Planet sobre Cuba. Três semanas inesquecíveis passadas entre Viñales, Havana, Trinidad, Sancti Spiritu e Santiago. A esse propósito (viagens e etc...) ainda me lembro da primeira vez que atravessei a fronteira de Valença (pela ponte velha, pois claro) numa caravana Fly em direcção a França. Devia ter uns 16 aninhos.
Hoje não fico sem dormir na véspera da partida. Preocupa-me por outro lado, o tempo passado à espera nos aeroportos. À espera de fazer check-in horas antes do voo. À espera de entrar no avião, sempre atrasados porque as senhoras hospedeiras são muito simpáticas mas abrem os guichets tarde e a más horas. Mais não sei quantas horas à espera num aeroporto qualquer, de onde não se pode sair, nem onde não se pode comer nada de jeito, nem onde se pode ler confortavelmente, à espera da ligação cuja viagem durará menos de metade do tempo que estivemos à espera até ali.
A pouco e pouco um gajo torna-se uma besta humana que rumina. Uns não se apercebem disso. Outros sim. Talvez por isso gosto tanto de vir trabalhar na minha bicicleta toda amaricada.
Esta noite volto a tentar aprender essa língua estranha. Todas as viagens começam em casa.
| Entroido | Entrudo | Xinzo de Limia | Chinço de Lima | adoro inventar palavras | e também adoro a galiza | Fevereiro de 2007 |
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