A exposição do Dan Perjovschi na Culturgest é das coisas mais divertidas que já vi num desses espaços sacralizados a essa espécie de coisa que é a arte contemporânea. Fiz uma pesquisa rápida pelos blogues para tentar perceber qual a vox populi sobre o assunto. Nada. Ou quase nada. Tantas vezes que fico com a ideia que os blogues são meros ecos daquilo que se passa na televisão - sobretudo no mainstream da blogosfera - representando pouco, ou marginalmente aquilo que é a vida quotidiana. Isto aceitando que uma visita a uma exposição de arte contemporânea pode ser encaixada na categoria de "vida quotidiana".
A dita exposição é verdadeiramente a não perder. Tem muito daquilo que eu considero essencial na arte: crítica mordaz, pouco paleio para engrominar, sentido de humor e alguma galhofa com aquilo que há de mais sério - a vida (do próprio artista incluído).
A dada altura recordo-me de ler qualquer coisa do género:
«Romenos em Portugal - Pedintes, Criminalidade, Prostituição, Arte Contemporânea.»
Só quem nunca caiu naquela história de dar duas vezes um euro a um romeno num semáforo é que não percebe como os quatro conceitos estão intimamente ligados.
Finalmente uma das poucas coisas que se pode ler sobre o assunto. Uma crítica feroz com uma máscara de grande radicalidade sobre a questão. Adoro o texto pelas mesmas razões. Tanta conversa fiada só pode mesmo ser galhofa.
| Olha o que desencantei para ti, Dan | Bucareste | Roménia | Maio de 2005 |
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