Das coisas mais irritantes para quem quer que faça uma viagem de avião hoje em dia são os controlos de segurança elevados ao nível da paranóia colectiva. Para a minoria marginal que gosta de fotografar com filmes estes procedimentos são desagradáveis ao ponto de poderem estragar uma viagem.
Claro que se encontrar algum segurança educado e não particularmente zeloso das normas burocráticas - como já encontrei em Pedras Rubras ou Schiphol - até pode ser que observem os rolos fotográficos um a um. Se se apanhar um segurança como o que comigo se cruzou no aeroporto Leonardo da Vinci passam-se as máquinas de raio-x com a sensação que eles são recrutados nas tascas mais obtusas de Roma.
Não há grandes dúvidas que um rolo fotográfico sacudido duas ou três vezes não deixa dúvidas sobre o seu conteúdo. Se dúvidas houvesse, seria fácil arranjar formas simples de não os expôr aos raios-x - p. ex. sabendo o peso exacto de um rolo de 24 ou 36 exposições. Nos dias que correm não tenho grandes dúvidas que nos farão passar os rolos fotográficos em cada vez mais máquinas de raio-x. Museus, edifícios públicos e até os comboios estão cada vez mais sujeitos a este tipo de controlo.
[Lembro-me a este propósito da história do P. que se meteu a caminho da Grã-Bretanha de comboio para não passar os rolos nos raio-x e apanha com ele no Eurotunnel onde é obrigado a fazer uma cena "daquelas"...]
Evidentemente vos repetirão à exaustão que as máquinas são seguras... Se puxarem conversa com alguém que perceba um pouco mais do assunto, explicarão então que são seguras para os rolos típicos de 100asa... Os problemas surgem só a 3200 asa.
É aqui que o dono dos rolos se arrepia todo.
Vejamos então. Imagino uma viagem simples em que se transporta um rolo de 400 asa que será "puxado" a 1600 asa - algo bastante comum para quem fotografa com filme. Basta que o filme seja passado por duas máquinas de raio-x para que tenha o mesmo nível de "contaminação" que um filme de 3200 asa passado por uma só máquina. Um filme de 800 asa só precisa de passar por 4 máquinas de raio-x para que lhe aconteça o mesmo - o que acontece facilmente numa viagem de ida e volta com escala num grande aeroporto.
Se por acaso sobram rolos de uma viagem, o melhor é mesmo marcar aqueles que já passaram no controlo anti-terrorista (coisa que nunca faço) para que depois não fiquem com as imagens nubladas.
A melhor supresa está guardada para o fim. Pensar que despachar os rolos na bagagem de porão (como é agora obrigatório nos voos entre Londres e os EUA) resolve o problema é um terrível engano. Essa bagagem é também passada por máquinas de raio-x muito mais potentes que as da bagagem de mão e capaz de velar de uma só vez um rolo de 100 asa. Simpático. Quase tão simpático como os anormais que fazem segurança no aeroporto de Fiumicino.
| em preparativos para a semana santa | blaj | roménia | maio 2005 |
1 comentário:
conspiração dos fabricantes de material digital
;p
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