«A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-fascistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole (...)»
Não posso esconder que me incomoda uma atitude simpática e condescendente que tende a mitificar determinado tipo de organizações da esquerda revolucionária. Como se determinados faróis do comunismo não fossem mais sinistros do que a maior parte das democracias burguesas. Como se fosse possível em 2004 defender a sinistra República da Coreia do Norte. Como se fosse possível em 1975 defender a Albânia ou a poesia dos campos de educação pelo trabalho do regime chinês. Fazê-lo é, em qualquer momento, sinistro.
[passa-me aí as batatas fritas.]
Não se trata sequer de uma atitude de sectarismo. É um dever de lucidez que devemos ter connosco próprios e com os valores em que acreditamos.
[pagamos? a conta vem sempre no fim...]
Somos todos gajos muito porreiros. Nunca ninguém fez mal a ninguém. O que lá vai lá vai, não é? Porque é que havemos de falar dessas coisas agora? Porque é que havemos de o fazer? Isso agora não interessa para nada...
[barato, não foi?]
| mão na massa | gajo raro | Novembro 2004 |
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