quarta-feira, agosto 15, 2007

Dia 1.3

Este post, ao contrário do que é habitual tem duas fotografias. Os anteriores também tinham, mas não era tão óbvio. ;)

Comecei a sentir isto pela primeira vez no Canadá. "Isto" o quê? Bom "isto" de achar que já há pouca coisa que se possa encontrar numa cidade que possa genuinamente surpreender ou encantar. É pedante bem sei... E já se está mesmo a adivinhar: agora o gajo vai-se pôr a enumerar todas as cidades que já visitou como quem mostra o pescoço carregado com as joias da família.

Não é que não me surpreenda com uma viagem - continua a ser das coisas que adoro fazer - mas o que eu procuro sou coisas menos retratáveis em fotografia. O mais certo é que os bons momentos que se passam, nem sempre possam ser retratados. As máquinas fotográficas são só acessórios, de vez em quando também convém pousa-las...

Tudo isto para dizer que passear em Sófia pela primeira vez foi uma coisa que me agradou, mas não me surpreendeu. Gosto de descobrir as cidades a pé e calmamente. Visito uma loja de material fotográfico usado. Até aqui as russas Lomo estão inflaccionadas. O homem pede-me 80 lev (40€) e explica-me que a grande angular é muito boa. Sorrio maldicentemente. O nome da máquina nem sequer está escrito em cirílico...

Noutro pólo da Universidade mais uma surpresa. Num cubículo de 36m2 amontoam-se livros por mais de 2 metros de altura. O velho livreiro sabe onde está cada um deles e tenta vender-me literatura búlgara do séc.XX em francês. Teria mais sorte que o outro com a Lomo, mas não me apanhou para aí virado.

Ao passar em frente à igreja em memória de Aleksander Nevski, encontro um elfo no jardim. Explico-lhe que para fazer o meu postal, preciso que passe em frente à igreja um trabant isolado, sem qualquer outro carro ou pessoa. Ele pisca-me o olho. Espero menos de 3 minutos, disparo e continuo o meu caminho.


| igreja aleksander nevski | sófia | bulgária | junho 2007 |


Em frente à sede do governo, anterior sede do partido comunista, ostentam-se as bandeiras dos países membros da Otan. Depois de seguidora canina da política de Moscovo, a Bulgária apressa-se agora a lamber as mãos ao novo dono. Os dirigentes búlgaros parecem ser alunos marrões que engraxam os professores o mais que podem, mas são incapazes de perceber o que quer que seja da matéria dada.


| sede do governo | sófia | bulgária | junho 2007 |

2 comentários:

Anónimo disse...

Se passares por Praga, pergunta a alguém numa loja de fotografia sobre a maior loja de câmaras em segunda mão da República Checa. Do que me lembro, fica numa perpendicular à direita da rua Legerova, a avenida em frente ao Museu Nacional. Tinha mesmo muita coisa em 2003, desde antigas câmaras soviéticas até alemãs (eu fui de propósito lá para comprar uma Olympus XA, uma rangefinder compacta, e lá estava ela à minha espera, por 13 continhos...).

Unknown disse...

Pelos nomes das ruas não vou lá, mas deve ser a mesma onde perdi uma tarde aqui há uns anos atrás. Ficava perto do metro Mustek. Parecia mais uma loja de antiguidades que outra coisa qualquer...
;)